terça-feira, 15 de novembro de 2011

Cidade da Praia Acolhe o Fórum Internacional das Agências de Notícias



Fotografia-: Cândida Barros


Decorreu hoje na cidade da Praia o fórum Internacional das Agências, uma iniciativa da Inforpress- Agência de notícias Cabo-verdiana.
 A mediatização dos médias- As Agências de Notícias enquanto mediadoras da verdade e a informação eleitoral, o papel das Agências de notícias nas sociedades democráticas foram temas que aqueceram a plateia representada pelas Agências de notícias Lusa, Angop, Inforpress, Reuters, France Press e Agência chinesa, Jornalistas e estudantes de Comunicação.
Críticas não faltaram aos médias Cabo-verdiana que não pautam na prestação de um serviço público.
Com esta acção a Inforpress mostrou que  quer apostar na qualidade e prestação de uma informação com Credibilidade, rapidez e amplitude de notícias.
Cândida Barros


sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Cabo Verde: Webjornalismo ou Jornalismo Online?


Depois duma análise aos jornais online nacional, (A Nação, ASemana, Expressodasilhas e Liberal), constatou-se uma predominância do modelo digital, que corresponde à 3ª fase do jornalismo online na visão de Cabrera Gonsalez .Os conteúdos são transpostos da Imprensa escrita para os meios online, isto é os textos apresentados nos jornais impressos são semelhantes aos dos que são divulgados no online.

As noticias ainda não têm “link”, o que dificulta a leitura não-linear das notícias, que é uma das características do Web jornalismo, principalmente quando se quer fazer um cruzamento de informação.

 O layout adequa-se ao meio online, ou melhor dizendo, existe uma linha editorial ( cada coluna debruça sobre um tema específico).

Ainda há actualizações das notícias e a divulgação da de última hora.  Os utilizadores podem comentar as publicações e, possivelmente darem as suas opiniões sobre os acontecimentos.

Numa outra perspectiva, a de Canavilhas que restringiu o processo em duas fases: O jornalismo online , onde se enquadra a imprensa online em Cabo Verde, se se levar em consideração a forma como é estruturado os conteúdos das notícias.   Persiste  ainda a transposição dos mesmos conteúdos levando as suas características para o meio online, tanto nos jornais como na rádio e na TV.

Uma breve confrontação com o Globo online, onde já existe o Webjornalismo, por se fazer uso dos meios multimédia, som, vídeo, fotografias, infografias entre outros, que se insere na 4ª fase do González e 2­ª  de Canavilhas. Por outras palavras, o site que serviu de exemplo faz o uso das características do Web jornalismo, sobretudo a interactividade e a “possibilidade de trocar o seu roteiro de leitura”.

Cândida Barros
Dilma Cardoso

 

quinta-feira, 30 de junho de 2011

“Jornalistas e Forças Armadas na busca de consensos


Fotografia:Cândida Barros
Novos desafios e melhor consolidação entre os Militares e a Média Cabo - Verdiana, fez reunir na cidade da Praia hoje 8 de Abril, no comando da 3ª região Miliatar Qudros das Forças Armadas , Jornalistas, estudantes e professores universitários.
Vàrios foram os paineis  debatidos ao longo do seminário : "O Relacionamento entre Militares/Media" pelo Tenente - Coronel, Jorge Martins Andrade; "As Forças Armadas de Cabo Verde. Cooperação Civil-Militar" pelo Major, Domingos Lima Rocha; "Conflito e Linguagem Jornalística: A neutralidade é possível?" pelo professora da Universidade de Santiago, Margarida Ladeira e; "Referências Doutrinárias, Terminologias e Conceitos Militares para Jornalistas" por Amílcar Silveira Pires, são os temas a serem abordados.
Fotografia:Cândida Barros

O seminário que teve como moderadores:O director da RCV, Carlos Santos; major Casimiro Moreno Tavares; capitão José António da Graça; professor da UniPiaget Wlodzimierz Szymaniak.

Foram feitas algumas demonstrações  de Armas Pesadas e Ligeiras e visitaa às Instalações do Comando da 3ª Região Militar.

Cândida Barros

domingo, 26 de junho de 2011

2001- 2011 10 Anos da Uni-Piaget em Cabo Verde



Texto-Fotografia: Cândida Barros
A Universidade Jean-Piaget em Cabo Verde comemora dez anos.Várias foram as actividades levadas a cabo. Aproveitou-se a ocasião para a inauguração da mediateca , favorecendo assim, melhores condições aos alunos que frequentam esta instituição.
Texto-Fotografia:Cândida Barros
 Durante dois dias, os alunos de análises clínicos fizeram a recolha de sangue com o objectivo de diagnosticar doenças como o HIV,Câncer de mamas aos alunos e familiares.

Fotografia:Candida Barros

Uma parceria entre a Uni-Piaget e uma ONG, que tem feito trabalhos para prevenção destas doenças que mata milhares de pessoas no mundo.
Um apelo respondido em massa.



Texto: Cândida Barros

sexta-feira, 24 de junho de 2011

«Poluição Ambiental Pode Provocar Catástrofe em Cabo Verde»


 


  Cabo Verde, um pais de origem vulcânica situa-se a 640 km de Dakar Senegal. Constituida por dez ilhas atlânticas, e devido a sismos cíclicos, o risco de um tsunami preocupa alguns Cabo- verdianos. Por isso Nós identidade resolveu ouvir  Mota Gomes doutorado em hidrogeologia, e sua equipa Bila Santos e Celestino Afonso ambos geólogos, que por iniciativa própria criaram  um gabinete de pesquisas na prainha na cidade da Praia.



 A pedido da Protecção Civil Cabo-verdiana, encontram-se actualmente a trabalhar num projecto sobre os riscos vulcânicos, sismicos e hídricos. O trio já percorreu quase todas as Ilhas  e dizem:  «conhecemos o vulcão do Fogo como a palma das nosssas mãos»
Nós Identidade: Qual é o risco de um Tsunami em Cabo Verde?
Bila Santos : Na verdade ainda não conseguimos identificar um risco a olho nu, o que se sabe é que o risco de tsunami está associado ao sismo localizado no mar, e isso pode ocorrer devido à energia libertada. Em Cabo Verde, normalmente os  abalos sísmicos ocorrem na sua maioria na Ilha Brava, por causa da movimentação do magma que não está muito associado à tectónica de placas, sendo assim, não temos em termos científicos uma grande probabilidade de tsunami comparativamente às outras regiões.


NI: O que significa tectónicas de placas

:
Fonte:http://www.netxplica.com/manual.virtual/

BS : É um termo científico que tem a ver com as placas existentes no planeta. Como sabemos o planeta é um puzzle, constituído por placas. Existem grandes placas como a Americana a Eurasiática, a Africana, a da Antárctida mas também existem muitas outras placas de enormes dimensões, elas afastam-se ou deslizam entre si é este afastamento, colisão ou deslizamento que provocam os sismos.

NI: Não corremos o risco idêntico ao do Japão?

Fonte: euronews.net

BS: Não, porque Cabo Verde fica numa zona intra-placa e isso dá-nos o benefício de não corrermos este risco. O Japão encontra-se no limite de três placas: a eurosiática, americana e a de filipinas.
NI: A pouca cultura ambiental em Cabo Verde pode contribuir para uma catástrofe no país?
Celestino Afonso - Geólogo
Celestino Afonso: Os ricos que estamos a vivenciar neste momento de uma forma geral, são provenientes das acções humanas, através de poluições, que provocam o aumento da temperatura mundial, que de uma forma directa ou indirectamente influenciam nas mudanças climáticas. Posso dizer que um pouco se acontece por todo mundo em termos de erupções vulcânicas, tsunamis e de chuvas intensas. 


NI: Como um país Vulcânico, existe alguma previsão sobre erupções?
BS:  Em termos de risco vulcânico é óbvio. Temos um vulcão activo em Cabo Verde, o da Ilha do Fogo, a sua última erupção aconteceu em 1995, seguida de perto pelo Doutor Mota Gomes, que, possui toda documentação. Já se fez um estudo e estamos por dentro dos eventuais riscos que possam ocorrer.


NI: Têm apoio do Governo para levar o projecto adiante?


Mota Gomes-Doutorado em Hidrologia

Mota Gomes: Fazemos isso por nossa conta e risco.
Reunimos todas as quintas feiras, graças à boa vontade que temos. Mas de ajuda praticamente nada.

NI: Tentaram alguma vez?
MG: Até demais. Já nos dá vergonha de bater às portas para  dizer que a gente precisa deste trabalho! Sinceramente até este momento muito pouco ou quase nada recebemos de apoio. Ultimamente temos estado a tratrabalhar nos recursos hídricos, vulcanismos e sismologia e a população do pais já começa a perguntar coisas, é preciso trabalhar, e temos pessoas capazes de fazer isso. Nós vamos fazendo a nossa parte, mesmo sem dinheiro fazemos o possível para prevenção.
NI: Quais os riscos mais evidentes em Cabo Verde?
CA: È bom salientar os riscos mais evidentes em Cabo Verde: temos riscos sísmicos, vulcânicos, enxurradas e inundações decorrentes das chuvas. Não temos grandes chuvas mas quando acontecem devido à nossa orografia muita água vai para o mar.

Outra fragilidade são as construções não urbanizadas que dificultam e muito.
 Podemos falar em erupções vulcânicas, mas, não existem histórias de tsunamis que tem atingido Cabo Verde, mas não estamos imunes disso vir acontecer dado a inúmeras situações que têm acontecido ao longo do tempo. Mas como disse o meu colega estamos numa zona privilegiada onde o risco é mínimo. Mas sabemos que nada é previsível. Da Natureza pode-se esperar tudo.
NI: Outra preocupação é também a invasão do mar com apanha de areias. Não põe em causa a agricultura em Cabo Verde?

«o apanhar dessas areias no desembocadura dos vales, ocasione a que não se tenha uma defesa contra a entrada de agua do mar para o interior da terra, que cientificamete chamamos de contaminação salina » 

MG: Isso tem criado um mal maior e bastante grave no pais, não se tem feito seguimento das apanhas das areias , e  água doce está a ser contaminada pela entrada de água do mar,  denomidada de intrusão salina. Temos o exemplo da Ilha de Santiago na localidade de Ribeira Seca que a água do mar entrou já 4 quilómetros por terra adentro porque não há  um controlo rigoroso: o outro caso é a ilha do Maio onde várias zonas já se encontram contaminadas por causa disso.Essas duas ilhas principalmente as de Santiago e Maio servem de exemplo que se está a fazer extracção de areia que não se devia fazer por ser contra ambiente. Se não houver um controlo rigoroso dá broncas.
NI:  Que recursos ambientais existem no nosso  País?

Fonte:thiagoazeredogeomorfologiageral.blogspot.com
BS: Relativamente ao ambiente Cabo Verde tem muitos recursos, o que falta é aproveitá-los de uma forma sustentada. Em Santiago temos um património geológico, existem cerca de 50 cones de piroclásticos ( montes de jorras), não há uma supervisão na exploração, os cones ficam esburacados e com perigos para quem faz essas extracções.Temos que apanhar areia de uma forma controlada que não ponha em causa o ambiente, com a intrusão salina não temos agricultura. Em S. Vicente a apanha da areia na praia de lazareto também não tem sido vigiada o que tem causado mortes sistemáticas.
NI: A quem cabe esse controlo?
MG: Cabe ao Instituto Nacional de recursos Hídricos que neste momento é responsável pelas águas  subterrâneas, residual   tipo de águas, o resto cabe ao Ministério do ambiente..
Artigos relacionados;
Erupçao vulcânica em Cabo Verde


Texto-Fotografia: Cândida Barros

terça-feira, 14 de junho de 2011

Como poderá existir a arte sem a criação?


Fotografia-texto:Cândida Barros

Mário Vaz Almeida, é professor na Uni- Piaget na Praia, licenciado em Ciências de Comunicação variante audiovisuais e mídias interactivos, tem  pós-graduação em documentários que também é uma componente jornalística .Frequentou durante   seis meses um curso de Jornalismo no Cenjor em Portugal, para além de formação na RTC também ligado ao jornalismo, Realização e Produção de programas. Em entrevista a Nos Identidade, este profissional deixa transparecer o gosto pela arte criativa.
Nos Identidade – Queria que falasse um pouco sobre a disciplina de Atelier de criação?
Mário Almeida – Atelier de criação é uma cadeira Interdisciplinar, quer dizer que os alunos terão que, a partir das outras disciplinas, dos conceitos e das noções,  fazerem alguma coisa prática no atelier. Tem um factor que é a questão da experiencia, o estudante terá que ter experiencias de fazer as coisas, trabalhar na prática, manufacturar ideias, conceber e tratar fotos, filmar quando se pede, e, esses conjuntos de preceitos que vão ser avaliados pelo professor da cadeira, e que já tem a ver com a capacidade criativa do aluno. Cabe ao docente ver se o aluno, de vez em quando não repete padrões, se é capaz de assumir uma responsabilidade no futuro, porque a criação é pluridimensional: tem a ver com a postura do aluno,  a forma de interacção entre ambos é importante para uma aprendizagem saudável. O professor tem que ter uma componente criativa forte para provocar os alunos obrigando-os a um feedback.

fotografia-texto:Cândida Barros

NI- Para leccionar atelier de criação, o professor tem que ser um Jornalista?
MA- Tem que ter conhecimento de jornalismo. Eu dou esta disciplina por várias razões. Primeiro porque sou licenciado em Ciências de Comunicação variante audiovisuais e mídias interactivos, tenho uma pós-graduação em documentários que também é uma componente jornalística. Tenho várias formações em jornalismo, fiz senjor durante seis meses de alguma forma tinha que pôr em prática aquilo que aprendi. Senjor é considerado o maior centro de Jornalismo em Portugal, o único provavelmente. Tive formação na RTC também ligado ao jornalismo televisivo, Realização e Produção e obtive um diploma. Tenho várias especialidades que me habilite a fazer atelier de criação sempre.
Portanto eu estou sempre dentro das diferentes áreas a criar coisas novas. Mesmo nos vídeos pessoais que realizo a nível dos documentários a minha ideia é sempre inovar, trazer algo diferente, e é isso que tento passar nas minas aulas de atelier de criação. Penso que deve haver uma atitude descomplexada em relação às pessoas, não se pode rotular ninguém criar estereótipos, isso não é criação, mas sim comodismo.

Fotografia-texto:Cândida Barros

NI- Da sua experiência como Professor  universitário qual é o melhor método  para disciplina de atelier de criação?
MA – Tratando de uma universidade, não pode ser padronizado como um ensino secundário, os alunos não podem ficar à espera de tpc (trabalho para casa).O que se faz aqui é conciliar as duas coisas porque temos a consciência das dificuldades do ensino em Cabo Verde, alguns chegam com dificuldades e sem preparação para estarem numa universidade, e às  vezes misturam as metodologias. Existem excepções, mas há uma parte que é assistencialista, nós temos que trazer coisas secundárias para que o aluno se recorde de alguma coisa.Ele é confrontado com conjunto de exigências que tem a ver com a vida universitária onde os requisitos   são outros, já vem com o raciocínio suficientemente completo porque o 12º ano  lhe dá isso. Se se não trabalhar este aspecto irá ficar sempre preso ao secundário e não consegue desenvolver um trabalho de cariz superior.Existem casos em que  o professor tem de estar sempre a chamar atenção. Na universidade é errado pensar que um professor tem que estar a correr atrás do aluno, por exemplo; existem trabalhos que têm de serem avaliados, e eu tenho que avisar milhões de vezes, porque além de cuidar da própria disciplina,cabe-me também chamar o aluno à responsabilidade.
NI- Sente-se bem na sua profissão?

Fotografia-texto:Cândida Barros

MA- Eu gosto, sinto-me muito bem e estou à vontade.Acho que sou único provavelmente que tenha esta liberdade com os alunos e com a própria disciplina, isto permite-me explorar vários campos, isto é, não me limito a dar uma matéria conceptual como as disciplinas teóricas que têm programas rígidos. Houve uma mudança de programa em relação ao ano anterior, quando cheguei encontrei um programa muito rígido, não permitia o aluno aventurar-se por muitas coisas, adaptei o programa, fiz várias pesquisas, trouxe no atelier de criação para os alunos de publicidade porque a disciplina foi mudado em 2 turmas e eu tive que mudar completamente o programa porque não havia forma de pôr os alunos a trabalhar então criei séries de procedimentos empresariais :  trazer-lhes breefing para fazerem cartazes,obrigá-los a entrgar em tempo oportuno entre outras actividades.Com o de Jornalismo também tento criar essa ideia de que estamos numa redacção a pessoa tem que estar constantemente a criar noticias por isso levo para turma temas actuais sócio-politico Cabo-verdiana para que esse programa se cumpra.
NI- Então tem o método democrático, deixa a criatividade por conta dos alunos e depois faz a avaliação?
MA – É isso mesmo. Mas eu, estarei sempre em interacção com os meus alunos.
Artigos relacionados:

sábado, 11 de junho de 2011

«As crianças nadam muito tempo antes de chorar»




Texto-montagem fotográfica:Cândida Barros

  Perfil
Lúcio Matias de Sousa Mendes nasceu no concelho do Tarrafal, na Ilha de Santiago, Cabo Verde, em 21 de Outubro de 1964. Aos 12 anos perdera o pai, e 3 anos mais tarde morreria a mãe deixando 8 crianças órfãs. Muito cedo foi amparado pelas FARP – (Forças Armadas Revolucionária do Povo), onde passou toda a sua infância.
Foi entre o Campo de Concentração do Tarrafal e Quartel Jaime Mota na Praia, que ele fez os seus estudos secundários sob a tutela das autoridades militares.
Em 1984, Recebe bolsa do governo cubano e estuda Direito em Havana. Seis anos depois volta ao País Advogado de profissão, cria o seu escritório de Advocacia no Plateau na Cidade da Praia.
Mário Lúcio Sousa é o nome artístico, pois foi a arte que lhe deu um outro rumo à sua vida. Em 1992 cria o grupo Simentera, que vai beber um pouco as raízes continental africana, que segundo ele é o « regresso decisivo da música cabo-verdiana às suas raízes acústicas»
1992, é nomeado conselheiro cultural do Ministro da Cultura. De 1996 a 2001, é deputado no Parlamento Cabo-Verdiano.
Foi conselheiro do Comissário responsável pela Expo 92 em Sevilha, e, mais tarde, para a Expo 98 em Lisboa.
Mário Lúcio Sousa é multi-instrumentista, e arranjador de vários álbuns de artistas cabo-verdianos. Foi fundador e director da Associação Cultural Quintal da Música na Cidade da Praia. Num dos espectáculos na Assembleia Nacional, demonstra a grande utilidade do barro. Utilizou como instrumento de música potes de barro num dos seus trabalhos. Este é um excerto da sua obra:

(...)O prenhe barro que sustinha o mar
abriu-se como uma boca ou uma flor
e o sopro de um deus imaginário
- que já existia antes de Deus –
fez abrir um pedaço do Mundo
cuja alma já não cabia no corpo…
e nasceram as ilhas
que nadavam e nadavam.
As ilhas nascem nadando como as crianças nascem chorando,
mas no gérmen tudo é diferente:
as crianças nadam muito tempo antes de chorar
e as ilhas choram muito tempo antes de nadar
os dois prantos sob o signo de um pranto mestiço
de água e fogo.
(a) LUZ
LAVA e
(a) DOR.
Assim será. Assim foi, creio eu:
Dez embriões num ventre
dez vozes num parto(...)
Tem grandes habilidades artísticas: além de uma voz colossal, toca vários instrumentos acústicos, como a gaita de boca, ferrinho, gaita entre outros.
Paralelamente à música já com três CDS gravados, com colaborações de Gilberto Gil um dos músicos conceituados Brasileiro e de Luís Represas, que também tem nome no mercado Português, Mário Lúcio é conhecido como poeta:
(...)Em Cabo Verde a minha poesia e a minha prosa marcaram a posição
da minha geração quanto à sua postura estética. O Nascimento de
Um Mundo é citado como referência. Igualmente as minhas novelas
vêm introduzir marcadamente a influência latino-americana na prosa
Cabo-verdiana. E no Teatro, significam o nascimento de uma
dramaturgia nacional. Essas são opiniões da crítica, publicada em
jornais, revistas e antologias. No Brasil, fora dos circuitos
Universitários, as minhas obras literárias são desconhecidos.(...)
(SOUSA, 2009. Entrevista Revista Icarahy)

A grande apetência pela arte literária, valeu-lhe 6 obras editadas: “Nascimento de um Mundo”(poesia, 1990); Sob os Signos da Luz” (Poesia, 1992), “ Para Nunca Mais Falarmos de Amor” (Poesia, 1999), “Os trinta Dias do Homeme mais Pobre do Mundo” Ficção, 2000)- prémio do Fundo Bibliográfico da Lingua Portuguesa, 1ª edição) “Adão e As Sete Pretas de Fuligem” (teatro, 2001), “Vidas Paralelas” (Romance, 2004) “Salon” (Teatro,2004).
A arte nasce com o Homem, cabe a ele saber explorá-la. Mário Lúcio de Sousa um menino Tarrafalense, que soube aproveitar cada minuto que a vida madrasta lhe proporcionou para que hoje, se tornasse num Grande Homem de Cultura Cabo-Verdiana.
Em 1992, é nomeado conselheiro cultural junto do Ministro da Cultura. De 1996 a 2001, é deputado no Parlamento Cabo-Verdiano.
Actualmente é Ministro da Cultura, e, de uma forma inédita mostrou que também no Parlamento Cabo-Verdiano a música é um elo da uniáo.

"Cabo Verde exemplo da Democracia em Africa Ocidental"


 

 «O meu grande projecto é voltar para minha terra e implementar junto com as ONG´s trabalhos para acções sociais»
 Edleusa Camara, nasceu em Guiné Bissau, estuda 3ºano de Jornalismo na Uni –Piaget. Os conflitos no seu país , fez com que ela optasse Cabo-Verde para continuar os os seus estudos.
Uma excelente colega  com um futuro promissor na área de jornalismo, Camará deixa transparecer nas palavras ao longo da entrevista, que tem projectos pra a sua Terra Natal.
 NI: Porque escolheu Cabo Verde para fazer os seus estudos?
Edleusa Camará: Não foi uma opcção, mas sim, situações que fogem ao nosso controlo.As guerras na Guiné-Bissau, foram um dos principais motivos. Como tenho familiares em Cabo Verde, e a proximidade das nossas culturas, Cabo Verde foi uma alternativa mais viável.
NI: Que motivo a levou para fazer Jornalismo?
EC: Sinceramente jornalismo não é a minha área preferida.Eu gosto de Relações públicas, mas, fazer área de comunicação nomeadamente Jornalismo dá-nos um campo vasto, tanto na escrita, como na interacção com público.

«Eu me sinto muito bem, em Cabo Verde»

NI: Com a sua carisma, não acha que ser Jornalista é uma mais valia para fazer que o Cidadão tenha mais voz nos Mídia.
EC: Acho que sim, mas eu não gosto de muita confusão e para isso exige muito trabalho.. por isso penso ir para RP, que também tem um campo vasto de trabalho.
NI: Sente-se integrada em Cabo Verde?
ED: Eu me sinto muito bem, em Cabo Verde, tenho bons colegas e os  meus familiares me tratem bem.Mas o meu grande projecto é voltar para minha terra e implementar junto com as ONG´s trabalhos para acções sociais.Nos modelos Jornalisticos  eu gosto do Jornalismo Cívico, que me obriga a ficar perto dos cidadãos.


«Que dêem mais valor ao ensino em Cabo Verde, pois é um país  que proporciona e aposta no ensino e nos quadros Cabo-Verdianos»
NI: Mudemos um pouco de assunto: Como avalia a Universidade Jean-Piaget em Cabo Verde?
EC:Para mim é uma excelente instituição de ensino. Proporciona condições favoráveis para aprendizagem, tem bom espaço físico.Mas existe um lado que considero negativo; a selecção de professores para áreas específicas:Temos por exemplo a disciplina de atelier de criação, que a meu ver o professor tem dificuldades para lidar com os alunos de Jornalismo.Para mim é uma área sensivel e muito criativa.
NI: De vivências que teve na Guiné, o que consideras muito positivo em Cabo Verde?
EC: Considero que a  política em Cabo Verde é democrática, apesar de conflitos, sempre as situações acabam por serem resolvidas sem guerras. Falo concretamente nas corridas às Presidenciais que a maioria chama de “crise”, mas a meu ver é um sinal da democgracia. Cabo Verde é um exemplo na África Ocidental
NI: Como aluna, que sugestões e dicas para seus colegas?
EC: Que dêem mais valor ao ensino em Cabo Verde, pois é um país  que proporciona e aposta no ensino e nos quadros Cabo-Verdianos .Que deixem para fazerem Pós-Graduação fora, como forma de ter novos contactos e conhecimentos.
Fonte: Edlesa Camará
Texto-Fotografia:Candida Barros.


sábado, 28 de maio de 2011

Construções Fogem ao Padrão Exigido pela UNESCO



Texto-fotografia_ Cândida Barros

Cidade Velha património da Humanidade, título bastante importante não só para concelho de Ribeira grande de Santiago como para Cabo Verde. Ressalta à vista de quem entra na cidade as construções verticais, cores e coberturas não adequadas ao padrão exigido pela Unesco, o que pode colocar em risco a grande conquista alcançada.



quinta-feira, 19 de maio de 2011

Sensibilização de moradores grande aposta para um turismo suatentável




Foto/texto:Cândida Barros

A nova cidade, abre caminho para uma Cidade Velha meramente turística. Resta agora ao governo e  à câmara fazerem a sensibilização dos moradores que nem sempre aceitam mudanças. Existe um plano para o desenvolvimento e extensão da cidade de Ribeira Grande, mas tem que haver parcerias entre a entidade camarária e o Governo de Cabo Verde, adianta Amândio Tavares Director de Gabinete técnico da Câmara de Ribeira Grande de Santiago.

Zona de expansão vai descongestionar a zona de Cidade Velha

Texto-Fotografia_Cândida Barros
Tavares aponta ainda como solução a criação de uma zona de expansão de Cidade velha, um projecto  que já está na sua fase de conclusão e que vai dar origem a uma nova cidade no salineiro. A ideia de criação de um novo centro económico e político é com o intuito de descongestionar a zona de Cidade velha, diminuindo assim a pressão de construções na vertical.


«Falta de espaço é um dos factores para construção clandesrina»



Foto/texto:Cândida Barros
NI: Surgem muitas construções verticais, não pode pôr em risco  cidade velha no património mundial?
Amândio Tavares arquitecto e Director do Gabinete Técnico da Câmara de Ribeira Grande é um dos técnicos responsável pelo PDM (plano director Municipal) do Município, em entrevista diz que, a falta do espaço, faz com que a construção na vertical passe a ser um imperativo para a resolução de problemas.
A Cidade Velha é um município bastante pobre com grandes dificuldades financeiras, por isso deve haver uma parceria estreita entre o Governo e a Câmara no apoio e sensibilização dos moradores da Ribeira Grande, dando-lhes condições dignas, evitando assim problemas que possam surgir.

Património em Risco


 

Foto/texto: Cândida Barros

Cidade Velha património da Humanidade, título bastante importante não só para concelho de Ribeira grande de Santiago como para Cabo Verde. Ressalta à vista de quem entra na cidade as construções verticais, cores e coberturas não adequadas ao padrão exigido pela Unesco, o que pode colocar em risco a grande conquista alcançada.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Casamento Tradicional em Santiago-Cabo Verde




Texto/Imagem: Cândida Barros
Fonte: Padre Constantina Bento
  
Se chover no dia do casamento atribuem culpa ao noivo que escolheu um mau dia para se casar. “Chuva no dia do casamento é sinónimo de homem que come na panela” um dizer de santiaguenses.

Casamento Tradicional em Santiago-Cabo Verde


O termo muito antigo e sem tradução “Kabum” é usado como um pré-aviso daquilo que não é aceitável ou não é bom. Por exemplo, o mês de Agosto também não é muito aconselhável para o enlace, por causa da sementeira e todos têm que estar atento às chuvas; perder uma chuva é perder uma “aságua” ; Ideal é o de Maio a Julho, considerados meses de festas e arraiais (festas tradicionais).
Se chover no dia de casamento atribuem culpa ao noivo que escolheu um mau dia para se casar.





Texto:Candida Barros
http://www.blogger.com/
Fonte: Padre Constantina Fonte
  


Casamento Tradicional em Santiago-Cabo Verde


Texto: Càndida Barros
WWW.BLOGGER.COM
Fonte: Padre Constantina Benta

A outra parte que também é marcante na tradição em Santiago é a de não se poder fazer celebração do casamento na época de quaresma, porque não é uma altura ideal para a festa, principalmente numa sociedade maioritariamente católica, que é considerado época de jejum.

Casamento tradicional em santiago-cabo verde


Texto/Imagem: Cândida Barros
Fonte: Padre Constantina Bento

São esses factos que fazem com que o casamento seja algo extraordinário tornando-o num acto nobre, principalmente quando um homem livre encontra uma mulher também livre  e terem o privilégio  para celebrarem o acto de amor


Casamento Tradicional em Santiago


Foto/Imagem:Cândida Barros
Fonte: Padre Constantina Bento

Na tradição do casamento iremos encontrar um ponto alto que é a festa, porque era escasso um homem e uma mulher que se casavam, e quando isso acontecia o motivo era festejado com muita pompa, o que ainda hoje acontece no casamento.