terça-feira, 14 de junho de 2011

Como poderá existir a arte sem a criação?


Fotografia-texto:Cândida Barros

Mário Vaz Almeida, é professor na Uni- Piaget na Praia, licenciado em Ciências de Comunicação variante audiovisuais e mídias interactivos, tem  pós-graduação em documentários que também é uma componente jornalística .Frequentou durante   seis meses um curso de Jornalismo no Cenjor em Portugal, para além de formação na RTC também ligado ao jornalismo, Realização e Produção de programas. Em entrevista a Nos Identidade, este profissional deixa transparecer o gosto pela arte criativa.
Nos Identidade – Queria que falasse um pouco sobre a disciplina de Atelier de criação?
Mário Almeida – Atelier de criação é uma cadeira Interdisciplinar, quer dizer que os alunos terão que, a partir das outras disciplinas, dos conceitos e das noções,  fazerem alguma coisa prática no atelier. Tem um factor que é a questão da experiencia, o estudante terá que ter experiencias de fazer as coisas, trabalhar na prática, manufacturar ideias, conceber e tratar fotos, filmar quando se pede, e, esses conjuntos de preceitos que vão ser avaliados pelo professor da cadeira, e que já tem a ver com a capacidade criativa do aluno. Cabe ao docente ver se o aluno, de vez em quando não repete padrões, se é capaz de assumir uma responsabilidade no futuro, porque a criação é pluridimensional: tem a ver com a postura do aluno,  a forma de interacção entre ambos é importante para uma aprendizagem saudável. O professor tem que ter uma componente criativa forte para provocar os alunos obrigando-os a um feedback.

fotografia-texto:Cândida Barros

NI- Para leccionar atelier de criação, o professor tem que ser um Jornalista?
MA- Tem que ter conhecimento de jornalismo. Eu dou esta disciplina por várias razões. Primeiro porque sou licenciado em Ciências de Comunicação variante audiovisuais e mídias interactivos, tenho uma pós-graduação em documentários que também é uma componente jornalística. Tenho várias formações em jornalismo, fiz senjor durante seis meses de alguma forma tinha que pôr em prática aquilo que aprendi. Senjor é considerado o maior centro de Jornalismo em Portugal, o único provavelmente. Tive formação na RTC também ligado ao jornalismo televisivo, Realização e Produção e obtive um diploma. Tenho várias especialidades que me habilite a fazer atelier de criação sempre.
Portanto eu estou sempre dentro das diferentes áreas a criar coisas novas. Mesmo nos vídeos pessoais que realizo a nível dos documentários a minha ideia é sempre inovar, trazer algo diferente, e é isso que tento passar nas minas aulas de atelier de criação. Penso que deve haver uma atitude descomplexada em relação às pessoas, não se pode rotular ninguém criar estereótipos, isso não é criação, mas sim comodismo.

Fotografia-texto:Cândida Barros

NI- Da sua experiência como Professor  universitário qual é o melhor método  para disciplina de atelier de criação?
MA – Tratando de uma universidade, não pode ser padronizado como um ensino secundário, os alunos não podem ficar à espera de tpc (trabalho para casa).O que se faz aqui é conciliar as duas coisas porque temos a consciência das dificuldades do ensino em Cabo Verde, alguns chegam com dificuldades e sem preparação para estarem numa universidade, e às  vezes misturam as metodologias. Existem excepções, mas há uma parte que é assistencialista, nós temos que trazer coisas secundárias para que o aluno se recorde de alguma coisa.Ele é confrontado com conjunto de exigências que tem a ver com a vida universitária onde os requisitos   são outros, já vem com o raciocínio suficientemente completo porque o 12º ano  lhe dá isso. Se se não trabalhar este aspecto irá ficar sempre preso ao secundário e não consegue desenvolver um trabalho de cariz superior.Existem casos em que  o professor tem de estar sempre a chamar atenção. Na universidade é errado pensar que um professor tem que estar a correr atrás do aluno, por exemplo; existem trabalhos que têm de serem avaliados, e eu tenho que avisar milhões de vezes, porque além de cuidar da própria disciplina,cabe-me também chamar o aluno à responsabilidade.
NI- Sente-se bem na sua profissão?

Fotografia-texto:Cândida Barros

MA- Eu gosto, sinto-me muito bem e estou à vontade.Acho que sou único provavelmente que tenha esta liberdade com os alunos e com a própria disciplina, isto permite-me explorar vários campos, isto é, não me limito a dar uma matéria conceptual como as disciplinas teóricas que têm programas rígidos. Houve uma mudança de programa em relação ao ano anterior, quando cheguei encontrei um programa muito rígido, não permitia o aluno aventurar-se por muitas coisas, adaptei o programa, fiz várias pesquisas, trouxe no atelier de criação para os alunos de publicidade porque a disciplina foi mudado em 2 turmas e eu tive que mudar completamente o programa porque não havia forma de pôr os alunos a trabalhar então criei séries de procedimentos empresariais :  trazer-lhes breefing para fazerem cartazes,obrigá-los a entrgar em tempo oportuno entre outras actividades.Com o de Jornalismo também tento criar essa ideia de que estamos numa redacção a pessoa tem que estar constantemente a criar noticias por isso levo para turma temas actuais sócio-politico Cabo-verdiana para que esse programa se cumpra.
NI- Então tem o método democrático, deixa a criatividade por conta dos alunos e depois faz a avaliação?
MA – É isso mesmo. Mas eu, estarei sempre em interacção com os meus alunos.
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